sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Apresentação de artigos

Data: 25 de novembro

Horário: 8:00 às 12:00hs

  • Tema: Biofeedback

Alunas: Raquel e kelly

Artigo: Maria V. Capelini, Cassio L. Riccetto, Miriam Dambros, Jose T. Tamanini, Viviane
Herrmann, Virginia Muller. Pelvic Floor Exercises with Biofeedback for Stress Urinary
Incontinence. International Braz J Urol. Vol. 32 (4): 462-469, July - August, 2006

  • Tema: ultrassom

Alunas: Rosalina e Ana Paula

Artigo: Tim Watson. Ultrasound in contemporary physiotherapy practice. Ultrasonics. 48 (2008) 321–329.

  • Tema: iontoforese

Alunos: Jonathan e Angélica

Artigo: Ivano A Costa & Anita Dyson. The integration of acetic acid iontophoresis, orthotic therapy and physical rehabilitation for chronic plantar fasciitis: a case study. J Can Chiropr Assoc. 2007; 51(3):166–174.

  • Tema: eletroanalgesia

Aluna: Bianca

Artigo: Josimari M. DeSantana, PT, PhD, Deirdre M. Walsh, PT, PhD, Carol Vance, PT, MSc, Barbara
A. Rakel, RN, PhD, and Kathleen A. Sluka, PT, PhD. Effectiveness of Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation for Treatment of Hyperalgesia and Pain. Curr Rheumatol Rep. 2008 December ; 10(6): 492–499.

  • Tema: radiação infra-vermelha

Alunas: Bethânia e Kátia

Artigo: GD Gale, PJ Rothbart, Y Li. Infrared therapy for chronic low back pain: A randomized, controlled trial. Pain Res Manage 2006;11(3):193-196.

  • Tema: crioterapia

Alunas: Fernanda e Tamiris

Artigo: Chris Bleakley, Suzanne McDonough and Domhnall MacAuley. The Use of Ice in the Treatment of Acute Soft-Tissue Injury - A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. Am J Sports Med. 2004 Jan-Feb;32(1):251-61. Review

Casos Clínicos

CASOS ILUSTRATIVOS DE ELETROTERAPIA PARA ANALGESIA

Leia com atenção os casos descritos abaixo e programe a terapia mais indicada para cada um deles, em função de um raciocínio teórico clássico. Detalhe, para o programa clássico:

  1. A fundamentação teórica para o uso do recurso.
  2. Os parâmetros a serem usados (modo, nível de intensidade; duração do pulso; freqüência).
  3. A colocação dos eletrodos.
  4. O tempo de aplicação por sessão.

CASOS ILUSTRATIVOS DE ELETROTERAPIA PARA ANALGESIA

CASO 1 (Breve-intensa): Um servente de pedreiro lesou a coluna lombar há 2 dias enquanto erguia um saco de cimento pesado durante o trabalho. A história médica pregressa não é contributiva; os RX da coluna são negativos.

Exame: Os exames revelam marcada limitação em todos os movimentos lombares, especialmente nos de extensão e rotação E, com grande tensão muscular para-vertebral presente e dor lombar difusa. Há dor intensa na volta da extensão do tronco, a partir da flexão máxima do tronco (dor no meio do arco de movimento). Os sinais neurológicos são negativos. As manobras testadas não produzem irradiação dos sintomas.

Diagnóstico Funcional: Estiramento muscular dos extensores da coluna lombar com limitação dos movimentos por dor e hiperalgesia muscular.

CASO 2 (Burst): Um homem de 45 anos, com queixa de dor lombar esquerda contínua e impiedosa, com alguma irradiação para a nádega esquerda e região posterior da coxa (L5-S1).

Exame: O exame revela uma leve perda da lordose lombar e um desvio lateral à direita. Há uma perda de 50% da flexão lombo-sacra e uma perda completa de extensão, com dor de estiramento no final dessas amplitudes. O teste de elevar a perna estendida (Lasegue) foi positivo à esquerda. A função motora dos miótomos de L2-S1 é normal. Os testes de torção sacro-ilíaca, compressão e distração são negativos.

Diagnóstico Funcional: Lombociatalgia crônica.

CASO 3 (Convencional): Uma mulher ligeiramente obesa de 44 anos com história de dor no quadrante superior direito da região abdominal será visitada pelo fisioterapeuta para receber instruções sobre o uso do TENS no controle da dor pós-operatória. Ela fará uma colicistectomia amanhã. Não tem história de doença pregressa, nem faz uso crônico de narcóticos.

Plano: Instrução pré-operatória para uso da TENS no pós-operatório.

CASOS ILUSTRATIVOS DE ELETROTERAPIA PARA CICATRIZAÇÃO

CASO 1:

História: MC é um jovem estudante de 23 anos. Ele lesionou seu tornozelo durante uma partida de futebol na escola. Ele foi visto pelo médico ainda em campo e diagnosticado com entorse lateral de tornozelo grau II. Seu tornozelo foi envolto em gelo e ele foi enviado ao vestiário para acompanhamento imediato do fisioterapeuta. O médico orientou MC a usar muletas sem descarga de peso sobre o tornozelo lesionado para preservá-lo.

Teste e medidas: A inspeção visual mostrou que o paciente mantém seu tornozelo em uma única posição com extrema hesitação para permitir ao terapeuta mover a articulação. A ADM passiva revelou restrições em todas as direções. A ADM é mínima. A articulação talofibular lateral está sensível ao toque, com descoloração indicativa de hemorragia interna por toda a face lateral e uma dificuldade para visualizar o maléolo lateral devido ao edema. A área está quente ao toque e apresenta uma leve hiperemia. O estudante está saudável e nega história de câncer, diabetes ou qualquer outro problema de saúde.

Que tipo de processo está ocorrendo no tornozelo deste paciente? Que tipo de estimulação elétrica seria a mais indicada? Que aspectos da lesão do paciente iria resolver? Que outros agentes físicos podem ser utilizados para reduzir a formação de edema e hipóxia secundária à lesão?

Diagnóstico Funcional: Entorse Lateral (Inversão) de Tornozelo

Condições atuais:

1. Quadro álgico no tornozelo esquerdo, edema e ADM reduzida

2. Deambulação limitada e alterada

3. Incapaz de jogar futebol

Objetivos:

1. Controlar o quadro álgico e o edema. Acelerar a resolução da fase de inflamação aguda da cicatrização. Aumentar a ADM.

2. Retornar à deambulação normal.

3. Retorno às partidas de futebol.

Estimulação neuromuscular por meio de correntes elétricas (NMES)

 

Ana Paula de Mendonça e Rosalina Tossige Gomes

Essa forma de estimulação elétrica é usada comumente com intensidades suficientemente altas para produzir contração muscular e pode ser aplicada ao músculo durante o movimento ou sem que esteja ocorrendo movimento funcional.

A principal diferença entre contrações musculares estimuladas eletricamente e as contrações iniciadas fisiologicamente é a ordem de recrutamento de unidades motoras. Com a estimulação elétrica, as fibras nervosas com axônios de maiores diâmetros, que inervam as maiores fibras musculares de contração rápida tipo II, são ativadas primeiro e aquelas com um menor diâmetro axonal são recrutadas depois. Em contraste, com a contração fisiológica, as menores fibras nervosas, e, portanto, as menores fibras musculares de contração lenta do tipo I, são recrutadas antes dos maiores nervos e fibras musculares.As fibras de contração rápida e maiores, que se contraem preferencialmente em resposta à estimulação elétrica, fadigam-se e se atrofiam rapidamente com o desuso, enquanto as pequenas fibras de contração lenta preferencialmente recrutadas fisiologicamente, são mais resistentes à fadiga e atrofia.

Uma implicação clínica desta diferença é que as contrações estimuladas eletricamente podem ser mais eficazes especificamente no fortalecimento dessas fibras musculares enfraquecidas pelo desuso. Entretanto,os pacientes deverão executar tanto contrações estimuladas eletricamente como as fisiológicas, se possível para potencializar o ganho de força produzido pela estimulação.

Aplicação prática:

- Preparo da pele

Antes do tratamento, a pele deve ser lavada com água e sabão ou limpa com lenço umedecido com álcool. Isso serve para remover resíduos da pele (incluindo células epiteliais mortas), suor, sujeiras e cremes. É necessário para o bom contato entre o eletrodo e a pele e assim reduzir a resistência elétrica da interface.

- Eletrodos

Tipos e fixação:

1) Eletrodos à base de polímeros: consistem em uma borracha siliconada impregnada com carbono; são reutilizáveis podendo ser cortados no tamanho apropriado e podem ser moldados à superfície da pele, desde que essa não seja muito irregular. Eles são normalmente acoplados à pele usando um gel condutor elétrico e precisam se fixados no local com segurança.

2) Eletrodos de estanho e alumínio: esses são acoplados à pele com soro fisiológico, que é normalmente retido por uma cobertura de algodão ou esponja, e são posicionados com segurança sobre o tecido.

3) Eletrodos descartáveis

4) Existem eletrodos de mão (tipo caneta) e placa. O primeiro facilita o movimento rápido do eletrodo, o que pode ser particularmente útil quando se procura o melhor ponto de estimulação. O outro é mais útil para um período de estimulação prolongada.

Tamanho

Fundamentalmente, a escolha do tamanho do eletrodo depende do tamanho do músculo a ser estimulado e da intensidade de contração a ser desencadeada.

· Eletrodos pequenos: podem ser usados para localizar o ponto de estimulação de pequenos músculos ou para aplicar um estímulo sobre o nervo que supre um músculo.

· Eletrodos grandes: são necessários para estimular músculos maiores e grupos musculares e para agir como terminais de dispersão.

Quanto mais largo o eletrodo menor é a intensidade de corrente por unidade de área; assim, eletrodos pequenos tendem a produzir contrações musculares mais fortes.

Colocação dos eletrodos

A localização dos eletrodos nos músculos pode ser determinada de diversas maneiras. Primeiro, um eletrodo primário pode ser colocado sobre “o ponto motor” de um músculo. Esse pode ser definido como o ponto na superfície da pele que permite que ocorra uma contração usando a menor energia. Em geral, o ponto motor de um músculo se localiza sobre o ventre do músculo e normalmente, mas nem sempre, na junção entre os terços superior e médio do ventre. É importante lembrar contudo, que esse pontos serve somente como guias; colocações alternativas podem ser mais efetivas assim como mais confortáveis em certos indivíduos.

Deve-se tomar o cuidado para posicioná-los na direção das fibras musculares, sendo que a distância de um eletrodo para o outro deve ser de no mínimo 5cm.

- Parâmetros de tratamento

A força de contração muscular é determinada pela amplitude, freqüência, duração e forma da onda de estimulação.

· Freqüência (unidade: Hz) = nº de pulsos por segundo (PPS)

Geralmente se utiliza a freqüência de 50Hz, podendo variar de 35Hz a 80Hz.

Obs.: Evento da Somação Temporal: É uma maneira de transmitir sinais com intensidades crescentes, aumentando a freqüência dos impulsos nervosos em cada fibra.

· Intensidade (unidade: mH) = amplitude

· Largura de pulso = tempo de passagem do pulso

· VIF

· Tempo de tratamento:Para reeducação motora é usado +- 20 min.

Para hipertrofismo o tempo off tem que ser 5x o tempo on.

clip_image001

Indicações:

- Fortalecimento;

- Músculos atrofiados;

- Recuperação motora.

Contra - indicações

- Marcapasso;

- Doença vascular periférica, especialmente quando a possibilidade de deslocamentos de trombos;

- Hipertensos e Hipotensas;

- Áreas com excesso de tecido adiposo em pessoas obesas, já que essas podem necessitar de níveis elevados de estímulos, o que pode levar a alterações autonômicas;

- Tecidos neoplásicos;

- Área de infecção ativa nos tecidos;

- Pacientes incapazes de compreender a natureza da intervenção ou de dar feedback sobre o tratamento.

Além disso, o tratamento não deve ser aplicado sobre as seguintes áreas:

- Seio carotídeo;

- Região torácica, tem-se sugerido que a NMES pode interferir na função do coração;

- Nervo frênico;

- Tronco durante a gestação.

REFERÊNCIAS:

KITCHEN, S., Eletroterapia – Prática Baseada em Evidências. Capítulo 16, p.241- 255. 11ª Edição.2003.Editora Manole.

Estimulação elétrica para analgesia

Ana Paula de Mendonça e Rosalina Tossige Gomes

TENS - CORRENTE DE BAIXA FREQÜÊNCIA

A utilização da TENS é um recurso extremamente útil no tratamento da dor, sendo seu uso viável em todas as situações dolorosas e indicada tanto para casos agudos quanto crônicos. É uma modalidade de tratamento não invasiva cuja função principal é proporcionar analgesia, embora benefícios secundários como sedação e aumento da temperatura tissular local possam ser observados.

A TENS consiste da aplicação de eletrodos percutâneos com o objetivo de excitar as fibras nervosas. É uma corrente elétrica com forma de onda tipicamente bifásica,simétrica ou assimétrica, que pode ser transmitida através da pele sem solução de continuidade.Sendo a TENS uma corrente elétrica bifásica, ela pode ser aplicada por longos períodos, uma vez que esta forma de onda diminui a possibilidade de ocorrerem alterações químicas no sítio de colocação de eletrodos.Ela emprega pulsos com ampla faixa de freqüência que podem variar de 1Hz a mais de 100Hz, e largura de pulsos também variáveis, que podem ser breves ou não, dependendo do protocolo de estimulação que se queira usar.

· Modo convencional ou de alta freqüência

Mecanismo: ativação(despolarização) de aferentes sensitivos A-Beta. Promovendo analgesia enquanto durar o estímulo.

Ação rápida enquanto durar a terapia.

Frequência: alta freqüência, > 90Hz (100-150Hz).

Largura de pulso: baixa, < 100µs (50- 80µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: > 30min (enquanto durar a dor).

Amplitude: limiar sensitivo (formigamento suportado pelo paciente).

Habilitar VIF para minimizar a acomodação.

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Resultado: analgesia enquanto durar o estímulo.

Indicada para dores agudas.

· Modo acupuntura ou baixa freqüência

Mecanismo: ativação de aferentes sensitivos A-delta por meio de abalos musculares resultando em ativação de vias descendentes que contribuirão para o fechamento do portão da dor. Ocorre também a liberação de opióides endógenos.

Frequência: baixa freqüência, < 90Hz (2- 10Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: entre 20 e 45min. (30’).

Amplitude: limiar motor (abalos musculares).

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

· Modo BURST

Mecanismo: ativação de aferentes sensitivos A-delta por meio de abalos musculares resultando em ativação de vias descendentes que contribuirão para o fechamento do portão da dor. Ocorre também a liberação de opióides endógenos.

Frequência: baixa freqüência, < 90Hz (2- 10Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: entre 20 e 45min. (30’).

Amplitude: limiar motor (abalos musculares).

Modo: burst.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Obs: Como observado os parâmetros acumpuntura e BURST são iguais, porém o BURST pode er mais eficaz ou melhor tolerado pelo paciente.

· TENS Breve-Intensa (alta freqüência e alta largura de pulso)

Mecanismo: ativação direta dos aferentes sensitivos A-delta resultando em ativação de vias descendentes, a liberação de opióides endógenos e colisão antidrômica.

Frequência: > 90Hz (100- 150Hz).

Largura de pulso: alta, >100µs (200- 300µs).

Tempo on, off: passagem contínua da corrente (sem tempo off).

Tempo de terapia: 15min.

Amplitude: limiar sensitivo (formigamento suportado pelo paciente).

Modo: normal.

Colocação de eletrodos: na área dolorosa, dermátomo. Sempre respeitando o espaço entre os eletrodos, de pelo menos o tamanho de um eletrodo.

Resultado: analgesia rápida e potente.

clip_image001

Contra indicações ao uso de correntes elétricas:

· Marcapasso de demanda cardíaca ou arritmias instáveis;

· Colocação dos eletrodos sobre os seios carotídeos;

· Áreas onde exista presença de trombose arterial ou venosa, ou tromboflebite;

· Gravidez – sobre o abdome ou a coluna lombar.

Precauções:

· Doença cardíaca;

· Pacientes com deficiência mental ou com sensibilidade alterada;

· Tumores malignos;

· Áreas de irritação na pele ou de feridas abertas;

· Iontoforese após outros agentes físicos.

CORRENTE INTERFERENCIAL - CORRENTE DE MÉDIA FREQUÊNCIA (Despolarizada, senoidal)

Corrente interferencial é uma aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média freqüência com amplitude modulada em baixa freqüência para fins terapêuticos, que tem a vantagem de reduzir a resistência da pele, e assim o desconforto normalmente ocorrido pelas correntes tradicionais de baixa freqüência, ao mesmo tempo em que produz efeitos de baixa freqüência, permitindo o tratamento de tecidos profundos.

As correntes de média freqüência passam para os tecidos biológicos mais facilmente (menor resistência) o que reduz as respostas sensoriais promovidas pelas correntes, sendo possível o aumento da amplitude em níveis mais confortáveis.

A corrente interferencial é produzida mesclando duas correntes de média freqüência que ficam levemente fora de fase, seja aplicando-as de modo que “interfiram”nos tecidos ou, de modo alternativo, mesclando-as dentro do estimulador antes da aplicação.

Uma corrente é normalmente de freqüência fixa, por exemplo 4000Hz, e a outra corrente é ajustável, por exemplo entre 4200Hz. Teoricamente, as duas correntes se somam ou se cancelam de maneira previsível, produzindo a corrente interferencial de amplitude modulada resultante. A freqüência da corrente resultante será igual à média das duas correntes originais e variará em amplitude com uma freqüência igual à diferença entre essas duas correntes.

Aplicação Tetrapolar:

A corrente interferencial pode ser produzida aplicando as duas correntes de média freqüência através de quatro eletrodos (método tetrapolar) de modo que essas se cruzam dentro dos tecidos. Alega-se que uma aplicação tetrapolar da corrente interferencial produza corrente modulada em um padrão de “trevo de quatro folhas”.

clip_image002

Parâmetros de Tratamento:

Freqüência: A maioria das pessoas parece preferir ajustes mais altos (50-100Hz) do que mais baixos (5Hz).Inicialmente pode ser útil usar a que seja mais confortável pro paciente e avaliar cuidadosamente os efeitos do tratamento.

Intensidade: Deve ser determinada pelo relato do paciente.

Tempo: 10-20 minutos.

Contra-indicações:

· Pacientes nos quais pode haver movimentação de um trombo, alastramento de infecção ou de células cancerígenas, ou hemorragia;

· Marcapassos;

· O abdômen durante a gestação;

· A parede torácica em pacientes com problemas cardíacos.

REFERÊNCIAS:

KITCHEN, S., Eletroterapia – Prática Baseada em Evidências. Capítulo 17, p.259- 282. 11ª Edição.2003.Editora Manole.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eletroanalgesia

Casos Clínicos

Leia com atenção os casos descritos abaixo e programe a terapia TENS mais indicada para cada um deles, em função de um raciocínio teórico clássico. Detalhe, para o programa clássico:

  1. A fundamentação teórica para o uso do modo TENS escolhido
  2. Os parâmetros a serem usados (modo, nível de intensidade; duração do pulso; freqüência)
  3. A colocação dos eletrodos
  4. O tempo de aplicação por sessão

CASO 1: Um servente de pedreiro lesou a coluna lombar há 2 dias enquanto erguia um saco de cimento pesado durante o trabalho. A história médica pregressa não é contributiva; os RX da coluna são negativos.

Exame: Os exames revelam marcada limitação em todos os movimentos lombares, especialmente nos de extensão e rotação E, com grande tensão muscular para-vertebral presente e dor lombar difusa. Há dor intensa na volta da extensão do tronco, a partir da flexão máxima do tronco (dor no meio do arco de movimento). Os sinais neurológicos são negativos. As manobras testadas não produzem irradiação dos sintomas.

Diagnóstico Funcional: Estiramento muscular dos extensores da coluna lombar com limitação dos movimentos por dor e hiperalgesia muscular.

CASO 2: Um homem de 45 anos, com queixa de dor lombar esquerda contínua e impiedosa, com alguma irradiação para a nádega esquerda e região posterior da coxa (L5-S1).

Exame: O exame revela uma leve perda da lordose lombar e um desvio lateral à direita. Há uma perda de 50% da flexão lombo-sacra e uma perda completa de extensão, com dor de estiramento no final dessas amplitudes. O teste de elevar a perna estendida (Lasegue) foi positivo à esquerda. A função motora dos miótomos de L2-S1 é normal. Os testes de torção sacro-ilíaca, compressão e distração são negativos.

Diagnóstico Funcional: Lombociatalgia crônica.

 

CASO 3: Uma mulher ligeiramente obesa de 44 anos com história de dor no quadrante superior direito da região abdominal será visitada pelo fisioterapeuta para receber instruções sobre o uso do TENS no controle da dor pós-operatória. Ela fará uma colicistectomia amanhã. Não tem história de doença pregressa, nem faz uso crônico de narcóticos.

Plano: Instrução pré-operatória para uso da TENS no pós-operatório.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Princípios gerais em eletroterapia

ALUNOS: TATIANE LÍLIAM ARÚJO E VINÍCIUS DE OLIVEIRA OTTONE

Definição

A corrente elétrica é o movimento ordenado de partículas eletricamente carregadas (positivamente ou negativamente). Para que esse movimentos ocorram é necessário haver tais partículas − íons ou elétrons − livres no interior dos corpos. A força elétrica é capaz de impulsionar essas partículas (íons) de níveis de energia mais altos para mais baixos estabelecendo potenciais elétricos.

Corpos que possuem partículas eletrizadas livres em quantidades razoáveis são denominados condutores, pois essa característica permite estabelecer corrente elétrica em seu interior.

Obs: A estimulação elétrica tem uma ampla gama de aplicações clínicas em reabilitações,que incluem:

· fotalecimento e reeducação muscular

· controle e alívio da dor

· facilitação da cicatrização de feridas

· reabsorção de edemas e reaçoes inflamatórias pós-lesão ou cirurgias

· intensificação da distribuição transdérmica de drogas

Modalidade elétrica: é a capacidade que o aparelho possui de receber corrente elétrica de uma tomada de parede e transformá-la, para que esta penetre nos tecidos produzindo um efeito fisiológico.

Fatores importantes para passagem de corrente elétrica para os tecidos biológicos:

clip_image001* Força eletromotriz É a força ou pressão de eletricidade ;a diferença de energia entre dois pontos que produz a força elétrica capaz de movimentar as partícula carregadas através de um condutor entre essses dois pontos.

*Os transportadores de carga são:

clip_image002 Elétrons: nos metais existe grande quantidade de elétrons livres, em movimento desordenado

clip_image003 Íons nas soluções eletrolíticas existe grande quantidade de cátions e ânions livres, em movimento desordenado.

Tipos de correntes eletroterapêuticas:

A) Corrente polarizada (direta /contínua)

È aquela na qual o fluxo é contínuo seguindo apenas uma direção(unidirecional) de partículas carregadas, sendo capaz de promover mudanças eletroquímicas sobre os eletrodos. A corrente polarizada é usada para Iontoforese e para estimular a contração de músculos denervados, e também ocasionalmente para cicatrização de feridas .

Os elétrons irão se deslocar de acordo com a polaridade ,embaixo do eletrodo negativo irá ocorrer uma reação básica forte e embaixo o eletrodo positivo irá ocorrer uma reação ácida fraca.Tal mecanismo faz com que ocorra uma mudança no metabolismo celular favorecendo a cicatrização.

clip_image006
clip_image007

B) Corrente despolarizada (alternada)

E aquela na qual a corrente flui primeiro em uma direção e depois em outra(fluxo contínuo bidirecional) é uma inversão da polaridade em intervalos regulares de tempo. Portanto tem um fluxo de íons igual em cada direção e por isso nenhuma mudança de pulso permanece nos tecidos. Mais comumente a corrente alternada é distribuída como uma onda senoidal. É ideal para atividade excitomotora. A chance de formação de compostos químicos é minima portanto o tempo de tterapia é indeterminado.

clip_image009OBS: Quando a frequência aumenta a duração do ciclo diminui e vice-versa.

clip_image011

C) Corrente de sequências de pulso ou Burst ou Trens de pulso

É um fluxo interrompido de partículas carregadas, onde a corrente flui em uma série e pulsos, separados por períodos em que não há fluxo de corrente( períodos ON e OFF).Usada em corrente russa;onda com parâmetros específicos destinados ao fortalecimento de músculos,utilizam uma corrente alternada de média frequência com uma frequência de 2000hz distribuídasem 50 trens por segundo. A corrente pulsada é utilizada para muitas aplicações clínicas da estimulação elétrica.

clip_image013

Formas de onda

As seguintes formas de ondas compreedem os três tipos de correntes:corrente continua, alternada e de pulso (Burst).

1) Senoidal

clip_image015

2) Triangular

clip_image017

3) Quadrática ou retangular

clip_image019

Parâmetros ajustáveis para o controle em eletroterapia

· clip_image020Amplitude Quanto maior a amplitude maior será a velocidade do fluxo de elétrons.Representa a intensidade da corrente(velocidade de fornecimento de elétons).

· clip_image021Duração ou largura do pulso É o tempo desde o início da primeira fase de um pulso até o final da última fase do mesmo.A duração do pulso em geral é expressa em microssegundos. Quanto maior a largura do pulso, maior o tempo de passagem.

· clip_image022Carga de pulso Produto da amplitude pela largura do pulso. Quantidade total de eletricidade que está sendo administrada ao paciente durante cada pulso.

· clip_image023Frequência Número de pulsos por segundo. A frequência é medida em Hertz para ciclos ou pulsos. As respostas do sistema nervoso e muscular dependem da extensão de tempo entre os pulsos e de como os pulsos ou as formas de onda são moduladas.

Ø Corrente de baixa freqüência: <1000HZ ;Uso terapêutico: <100Hz.

Ø Corrente de média freqüência: 1000 a 4000Hz (modulado em baixa freqüência: aproximadamente 50Hz).

Efeitos da eletricidade no corpo humano

A sensibilidade do organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de 1mA para corrente alternada e 5mA para corrente contínua.

O corpo humano é mais sensível a corrente alternada do que á corrente continua, os efeitos destes no organismo humano em geral são os mesmos, passando por contrações simples para valores de baixa intensidade e até resultar em queimaduras graves e a morte para valores maiores.

O aumento da amplitude e intensidade primeiro atinge o limiar sensitivo, em segundo o limiar motor e por último o limiar de dor.

Existe apenas uma diferença na sensação provocada por correntes de baixa intensidade; a corrente continua de valores imediatamente superiores a 5 mA que é o Limiar de Sensação, cria no organismo a sensação de aquecimento ao passo que a corrente alternada causa a sensação de formigamento, para valores imediatamente acima de 1 mA.

O Limiar de Sensação da corrente cresce com o aumento da freqüência, ou seja, correntes com freqüências maiores são menos sentidas pelo organismo.

Modulação da corrente

Modulação é qualquer padrão de variação em um ou mais parâmetros de estimulação. A modulação é usada para limitar a adaptação neural a uma corrente elétrica.

Tipos de modulação

· Variações de intensidade

· Variação de freqüência de pulso

· Variação de largura

· Trens de pulso

Obs:Os tipos de modulação estão diretamente relacionados ao tipo de tratamento.

Modulação VIF= variação de intensidade e freqüência

· Acomodação: aumento transitório no limiar de excitação do nervo.

· Durante o tratamento é importante ajustar os parâmetros para que não ocorra acomodação.

· Essa modulação (VIF) serve para retardar a acomodação.

· Utilizadas nas correntes empregadas em longos períodos de estimulação.

Modulação de amplitude: Variação do pico de ampiltude da corrente sobre o tempo. A variação na amplitude associada a trens de pulso possibilita uma contração muscular mais “fisiológica”, uma vez que o número de unidades motoras recrutadas é proporcional ao incremento da

amplitude corrente.

Modulação de trens de pulso: Os trens de pulso promovem a contração e o relaxamento musculares, que minimizam o aparecimento de fadiga muscular, possibilitando uma contração mais agradável quando associados à modulação de amplitude. Comum em tratamentos excitomotores.

Fatores que influenciam a resistência à passagem de corrente aos tecidos biológicos

· Tamanho dos eletrodos: Quanto a maior a área do eletrodo mais facil é a passagem de corrente para os tecidos e menor resistêcia a passagem

· Pilosidade: A presença de pêlos dificulta a passagem

· Vascularização: quanto maior a vascularização melhor a paasagem de corrente eletrica, pois implica uma menor resistencia.

· Quantidade de glândulas sudoríparas: A presença e suor facilita passagem de corrente .

OBS:Antes de iniciar o tratamento é importante fazer as seguites considerações( anamnese do paciente e verificar a presença de suor excessivo na superficíe a ser tratada) .

· Umidade da superfície cutânea: o gel é um bom condutor.

· Quantidade de tecido adiposo; A presença de tecido adiposo em excesso dificulta a passagem de corrente elétrica.

OBS: Para vencer essa resistência precisa-se de uma maior amplitude.

Tipos de eletrodos

1) Metálicos, de chumbo ou alumínio

Uso em corrente polarizadas, como meio de condução sempre usar a esponja umedecida evitando usar o gel .O eltetrodo de aluminio é menos corrosivo.

2) Silicone-carbono

Usado em correntes despolarizadas , o meio condutor utilizado é o gel.O uso causa alterações nos íons de caborno. Portanto deve-se fazer assepsia do mesmo com água e sabão evitando assim o acúmulo de resíduos.

3) Auto-adesivos

Usado em correntes despolarizadas, possui custo elevado uma vez que pode ser usado no máximo de 10x por paciente, perdendo a condutividade com o tempo.

Tipos de posicionamento dos eletrodos

a) Longitudinal = coplanar

OBS: A distância que deve-se manter entre um eletrodo e outro é a area de um eletrodo.

Quanto menor a distância entre os eletrodos menor a penetração do fluxo de corrente .

b) Transversal = contraplanar

OBS: O posicionamento do eletrodo depende do local do tratamento. Sobre ou ao redor da área dolorosa; sobre os dermátomos que correspondem à área dolorosa; próximo à medula que inerva a área dolorosa; sobre os nervos periféricos que inervam a área dolorosa; sobre estruturas vasculares superficiais; sobre pontos motores.

Densidade da corrente: A quantidade de corrente distribuída por área(quantidade de fluxo de corrente por volume).Quanto maior a área do eletrodo menor é a densidade de corrente

o Tamanho dos eletrodos

-Técnica monopolar: A quantidade de energia que vai passar no menor eletrodo será maior ao ponto de causar queimaduras se houver qualquer displiscência do terapeuta.

OBS; O eletrodo de maior tamanho difunde a corrente sobre uma grande área e o menor concentra a corrente em uma pequena área.

clip_image025

-Técnica bipolar: a quantidade de energia que passa entre os eletrodos de mesma área é de igual densidade o que evita a posssibilidade de queimaduras.Há distribuição uniforme da corrente pela superfície da segmento a ser tratado.

clip_image027

Ponto motor

clip_image028 Área onde o nervo penetra no músculo

clip_image029 Local de menor resistência à passagem da corrente

clip_image030 Maior percepção do estímulo motor (> excitabilidade muscular)

clip_image031 Menor percepção do estímulo sensitivo

Contra-indicações gerais para estimulação elétrica

1. Usuários de marcapasso cardíaco

2. Cardiopatas

3. Utilização sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos

4. Vasos vulneráveis à hemorragia

5. Área abdominal de gestantes

6. Sobre seios carotídeos

7. Alterações de sensibilidade sem estratégias seguras

8. Indivíduos com dermatite e sobre pele danificada

9. Tecidos neoplásicos

10. Estado febril

11. Infecções em geral

12. Dor não-diagnosticada (a menos que seja recomendada por profissional)

Bibliografia:

Cameron, M.H. Agentes físicos na reabilitação – da pesquisa à prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 3º edição, 2009.cap 7,8.

Kitchen, S.; Bazin, S. Eletroterapia prática baseada em evidência. São Paulo: Manole, 2003. cap.15.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ultra-som Terapêutico

 

Lívia Raquel Pereira 5º P Fisioterapia UFVJM (primeiro semestre de 2009)

 

  • Definição:

- É uma modalidade de penetração profunda capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não-térmicos.

- É qualquer onda sonora acima de 16 a 20.000 Hz. O ultra-som terapêutico varia de 750.000 a 3.000.000Hz

- A energia do ultra-som não pertence ao espectro eletromagnético, situando-se no espectro acústico.

- Nos tecidos moles que são compostos principalmente de líquidos a onda elétrica se propaga de forma longitudinal, porém no osso de forma transversal.

  • Efeitos da aplicação do ultra-som:

- Aumento da velocidade de reparo do tecido lesado

- Aumenta reorientação e quantidade de fibras colágenas na fase de remodelagem

- Aumento do fluxo sanguíneo

- Aumento da extensibilidade do tecido

- Dissolução de depósitos de cálcio

- Redução da dor

- Redução de espasmo muscular

- Alteração da permeabilidade da membrana celular

- Liberar medicamentos em tecidos subcutâneos

  • Produção do ultra-som:

É produzido por uma corrente alternada que flui através de um cristal piezoelétrico alojado em um transdutor. Ocorre um efeito piezoelétrico indireto quando uma corrente alternada passa através do cristal, resultando na contração e expansão dos cristais. O ultra-som é produzido por meio do efeito piezoelétrico indireto. A vibração dos cristais causa a produção mecânica de ondas sonoras de alta freqüência.

Como meio de acoplamento entre o cabeçote e o tecido é necessário o uso de um gel para impedir a reflexão na interface ar-tecido.

  • Efeitos fisiológicos:

Os efeitos térmicos e não-térmicos prevalecerão de acordo com o regime de pulso aplicado, contínuo ou pulsado.

- Algumas revisões a respeito do ultra-som terapêutico apontam efeitos térmicos como aumento do fluxo sanguíneo na região de tratamento, redução da dor, redução do espasmo muscular, aumento da extensibilidade tecidual, redução do processo inflamatório.

- Já os efeitos atérmicos estariam relacionados à ocorrência da cavitação, ou seja, formação de bolhas e ainda a agitação destas bolhas no interior dos tecidos em decorrência do campo acústico formado pela aplicação do recurso. Pode ser dividida em cavitação estável e instável:

Estável: é uma forma pouco violenta estando associada com a vibração dos corpos gasosos. Somente esta pode ser considerada terapêutica visto que seus efeitos são basicamente não térmicos.

Instável: ocorre quando há uma violenta implosão de bolhas pode promover danos teciduais decorrentes de altas temperaturas e pressões geradas em razão da liberação de energia no instante da ruptura da bolha de ar. Pode romper ligações moleculares produzindo radicais livres.

Também como efeito atérmico existe o microfluxo acústico que é a circulação constante do fluido induzida por forças de radiação. Este movimento pode danificar macromoléculas e células e por outro, alterar o ritmo de difusão de partículas e a permeabilidade de membranas. Os efeitos térmicos e atérmicos ocorrem de maneira simultânea resultando em estimulação da atividade fibroblástica, aumento da síntese de proteínas, aumento do fluxo sanguíneo e regeneração tecidual.

  • Análise do campo acústico do feixe ultra-sônico:

É utilizado para detectar alterações da energia emitida pelo transdutor, é aconselhável que se faça o teste 1 vez por semana.Para realização do teste deve ser colocado no cabeçote 1 ml de água, sobre a superfície metálica. O aparelho deve estar em modo contínuo com a freqüência de 1 MHz, é então ligado e deve-se observar a lenta e constante elevação da intensidade e a qualidade da cavitação, homogêneo ou não, e o feixe acústico.

  • Teste de cavitação:

Deve-se observar a nebulização da água com o aumento da intensidade.O teste é feito colocando-se ao redor do cabeçote, da área metálica, fita adesiva e sobre o cabeçote coloca-se o gel ou a pomada que se deseja testar e em seguida coloca-se água e após ligar o aparelho deve ser observada a nebulização da água. Obs.: pode ser feito teste para se observar se algum fármaco é bom ou não para a passagem do feixe acústico, fonoforese.

  • Transmissão de ondas de ultra-som:

O ultra-som precisa de um meio denso para percorrer, sendo incapaz de atravessar o ar. À medida que essas ondas percorrem um meio, ocorre certo grau de divergência A propagação da energia ultra-sônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores: características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultra-sônica nas interfaces teciduais. A velocidade de propagação da onda ultra-sônica é maior nos meios onde há maior agregação molecular, ou seja, onde as moléculas estão mais próximas umas das outras. Assim, o som se propaga mais rápido nos sólidos do que nos líquidos e gasosos. As ondas sonoras na faixa de 1MHz se propagam nos tecidos moles com uma velocidade de 1540m/s e pelo osso compacto com 4000m/s. Nos tecidos orgânicos, a velocidade de propagação do ultra-som pode variar de acordo com as características do tecido, ou seja, se propaga mais rápido no tecido ósseo do que no músculo.

- Impedância acústica:

A impedância acústica pode ser caracterizada pela resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra-sonoras. Cada tecido tem uma impedância diferente. Quanto maior for a agregação molecular, maior será a impedância acústica. Nos meios de maior agregação molecular ocorre maior interação das ondas sonoras com a estrutura molecular do meio, fazendo que sejam mais absorvidas, diminuindo a energia sonora e caracterizando maior resistência à passagem das ondas, ou uma maior impedância. Ressalta-se ainda que quanto maior for a impedância acústica maior será o aquecimento tecidual.

- Reflexão:

A reflexão ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem conservando sua freqüência e velocidade. A reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância acústica de dois meios forem diferentes. A reflexão e proporcional à diferença de impedância acústica dos dois meios. Na utilização pratica do ultra-som é importante que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do individuo tratado, utilizando uma substancia de acoplamento, do contrário, haverá presença de ar entre o cabeçote e a pele formando uma interface refletora do feixe ultra-sônico.

- Refração:

A refração ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio e desvia sua direção, sofrendo mudança na sua velocidade e mantendo sua freqüência. Este fenômeno ocorre quando as interfaces têm impedância acústica diferentes.

- Absorção:

A absorção é caracterizada pela capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultra-sônicas. Estas ondas são absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. O ultra-som aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e colisão entre as moléculas e gerando efeito térmico. As proteínas são as que mais absorvem a energia do ultra-som. Em virtude da absorção das ondas ultra-sonicas nos tecidos, a intensidade das ondas diminuirá à medida que elas penetrarem nas camadas teciduais. Quanto maior a freqüência do ultra-som, menor o comprimento de onda e maior a absorção. Com isso, na fisioterapia dermato-funcional é usada freqüência de 3MHz, pois terá maior absorção superficial, fazendo com que haja menor penetração.

  • Campo próximo e campo distante:

No campo próximo ocorre ausência de divergência do feixe, havendo pequena convergência. O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe, ou seja, ocorre ausência quase total de fenômenos de interferência e, o feixe é mais uniforme e a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância a partir do transdutor.

  • Tipos de ultra-som: contínuo e pulsado

O ultra-som contínuo apresenta efeito térmico dominante, enquanto o ultra-som pulsado apresenta efeito mecânico dominante. O ultra-som contínuo pode ser necessário quando ambos os efeitos, térmicos e não térmicos(mecânicos), forem necessários, principalmente nas lesões crônicas e nas afecções. Já no ultra-som pulsado, como há uma intermitência na saída das ondas sonoras no transdutor, sendo considerado por isso como atérmico, o mesmo está indicado quando o calor produz algum tipo de desconforto, onde a afecção é aguda, ou nos processos de regeneração tecidual.

Na pratica clínica o ultra-som contínuo deve ser usado até 2W/cm2 para que não haja risco de lesão nas estruturas superficiais.

  • Aplicação do ultra-som:

O tamanho apropriado da área a ser tratada deve estar relacionado ao tamanho da ERA, pois o ideal é que esta área seja de 2 a 3 vezes maior que o tamanho da área de radiação efetiva.

  • Dose:

A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento.

  • Intensidade:

A intensidade do ultra-som pode ser classificada de acordo com o modo como a potência e a intensidade são distribuídas na transmissão. Intensidade media espacial é a intensidade ultra-sonica média transmitida em relação a área do transmissor. A intensidade de pico espacial é o maior volume dentro da transmissão ultra-sonica que a intensidade pode atingir. A intensidade média temporal ocorre somente no modo pulsado, e se calcula através da média da potência durante os períodos de emissão de ondas e de sua interrupção.

  • Tempo de aplicação:

- Para cada 1 ERA e ½ aplicar 2 minutos, podendo aumentar 30 segundos a cada sessão até chegar a 3 minutos, ou seja, considerando que a ERA do cabeçote seja 4 cm2, aplica-se 2 minutos para cada 6 cm².

- Outra regra consiste em para cada 10 cm² de área a ser tratada aplicar 2 minutos.

  • Frequência de tratamento:

- Processos agudos: tratar todos os dias (6 a 8 dias)

- Processos crônicos: tratar 3 vezes por semana. Se depois de 14 sessões não observar resultados, modificar a terapia.

  • Técnicas de apliacação de ultra-som:

- Método direto: meio de acoplamento sem propriedades medicamentosas ou cosméticas. É indicado quando a superfície a ser tratada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades, permitindo um perfeito contato de toda a superfície do cabeçote com a pele.

- Fonoforese: método direto utilizando uma substância com propriedades terapêuticas em forma de gel como meio de acoplamento, objetivando com isso a introdução de substâncias medicamentosas e cosméticas através da pele, mediante energia ultra-sonica. É efetivamente potencializada pelo aumento da permeabilidade da membrana celular. As freqüências maiores tendem a prover maior índice de transmissão.

- Subaquática

  • Contra- indicações:

- Sobre o útero grávido

- Sobre a região do coração

- Tumores

- Globo ocular

- Endopróteses

- Implantes metálicos

- Processos infecciosos

- Tromboflebite e varizes

  • Referências:

http://www.ebah.com.br/ultra-som-terapeutico-doc-a18514.html

http://www.slideshare.net/FisiomedBrasil/ultrasom-teraputico

STARKEY, Chad. Recursos terapêuticos em fisioterapia. Manole, 2ª edição

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ONDAS CURTAS E MICROONDAS

Discentes: Betânia Maiara Silva Santos

Kátia Cristina Costa Silva

Karen Nubya Faria

Diatermia é uma modalidade de aquecimento profundo que converte ondas eletromagnéticas em calor. Onda é uma perturbação que ocorre em um meio podendo ter uma ou várias direções, possui natureza mecânica e elétrica.

A onda eletromagnética é uma onda tridimensional, possui período ou largura de pulso, freqüência e comprimento de onda. Quanto menor o pulso maior a freqüência. Os aparelhos de ondas curtas e microondas já são confeccionados com freqüência e comprimento de ondas definidos, e não se pode modular.

Ondas curtas

A diatermia por ondas curtas é a radiação não-ionizante da porção de freqüência de rádio do espectro eletromagnético. É usada por fisioterapeutas para enviar calor e energia para os tecidos situados profundamente. As ondas curtas e também o microondas tem preferência por tecidos ricos em íons. O efeito de aquecimento ocorre como resultado da fricção entre os íons que se movimentam e os tecidos ao redor, esses possuem uma corrente alternada com cargas contrárias. Os tecidos de maior condutividade são aqueles que possuem íons livres no caso músculos e sangue, portanto qualquer tecido bem vascularizado é um bom condutor, sendo o tecido adiposo o de menor condutividade causando isolamento.

Diatermia de ondas curtas pode ser liberada na forma contínua ou em pulsos. A contínua gera um aumento maior das temperaturas subcutâneas, sendo seu uso em geral limitado a patologias crônicas. A forma em pulsos significa que há períodos nos quais nenhuma onda curta é emitida, permitindo que seja empregada em determinados quadros agudos e subagudos.

Os efeitos fisiológicos podem ser térmicos causando; aumento de temperatura pelo aumento do fluxo sanguíneo, atua na inflamação, diminui a rigidez articular, alivia a dor e espasmo nos músculos profundos. Pode ser não-térmico, ou seja, mecânico, causando restauração do balanço iônico normal durante o processo inflamatório levando a uma resposta fisiológica que não é devida ao aumento de temperatura no tecido.

A escolha da dose para aplicação de ondas curtas tende a ser no sentido de uma dose mais baixa para condições mais agudas e uma dose mais alta para condições crônicas, sendo a sensação relada subjetiva. A dose 1 é a mais fraca e é relatada nenhuma alteração, a dose 2 é fraca e apresenta suave sensação de calor e a dose 3 é média apresentando moderada sensação de calor.

O aparelho de ondas curtas possui dois tipos de eletrodos. O eletrodo capacitor que possui campo elétrico maior que o campo magnético, não é interessante de ser usado em local com muito tecido adiposo, possuindo o tipo em placa e o tipo em discos. O eletrodo indutor possui campo magnético maior que o campo elétrico, a formação desse campo induz correntes secundárias que produzirá redemoinhos, ou seja, produzindo correntes circulares, sendo a melhor alternativa para áreas de muito tecido adiposo, podendo ser do tipo espiral ou tambor. O tipo tambor é mais utilizado, pois é colocado mais próximo da região a ser tratada, pois o espiral é de mais difícil posicionamento sobre a região tratada podendo produzir choque.

As técnicas de aplicação dos dois tipos de eletrodos pode ser contraplanar (transversa) com eletrodos em posições contrárias e eqüidistantes. Já a forma coplanar os eletrodos são dispostos do mesmo lado do membro, ou seja, paralelos e eqüidistantes.

Microondas

O microondas é uma modalidade de aquecimento profundo que converte energia eletromagnética de alta freqüência em calor, ou seja, radiações eletromagnéticas, não sendo tão profundo quanto o ondas curtas.

As microondas inicialmente radiadas podem ser absorvidas, transmitidas, refletidas ou refratadas. Sua penetração é inversamente proporcional ao seu comprimento de ondas.

O microondas é mais bem usado para tratar áreas com baixo conteúdo de gordura subcutânea. Deve ser utilizado de modo contínuo.

A dose utilizada deve ser testada antes da aplicação, tendo que o paciente apresentar sensibilidade normal à dor e temperatura cutânea.

A utilização do microondas deve ter a distância de 5 a 15 cm variando entre indivíduos e deve ser o mais perpendicular possível com duração de aproximadamente 20 minutos.

Precauções das diatermias

ü A pele exposta ao tratamento deve sempre ser coberta por no mínimo três centímetros de toalha;

ü Examinar sensibilidade térmica e dolorosa do paciente;

ü Excluir contra-indicações;

ü Remover objetos metálicos;

ü Assegurar que a pele esteja seca;

ü Pedir ao paciente que relate qualquer sensação percebida durante o tratamento.

Indicações

ü Condições inflamatórias subagudas e crônicas de camadas de tecidos profundos;

ü Aumentar fluxo e metabolismo;

ü Diminuir rigidez muscular;

ü Promover relaxamento muscular;

ü Aumento da recuperação de lesões.

Contra-indicações

ü Lesões traumáticas agudas;

ü Áreas com isquemia;

ü Doença vascular periférica;

ü Roupas úmidas;

ü Tendência a hemorragia, inclusive menstruação;

ü Câncer;

ü Infecções;

ü Gravidez;

ü

ü Áreas de sensibilidade especial: placas epifisárias em desenvolvimento, região genital, abdômen com dispositivo intra-uterino (DIU) implantado, olhos e rosto.

Segurança do terapeuta

As contra-indicações acima devem ser usadas também para o terapeuta, por isso deve ser sugerido manter uma distância do aparelho, mas com alcance visual do paciente.

Observações

Uso das diatermias não podem ser simultâneos ou próximo de outro equipamento elétrico ligado.

Nenhum metal deve estar dentro de 1,2 metros da aplicação da diatermia.

Referências

KITCHEN, Sheila. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Barueri, SP: Manole, 2003.

STARKEY, Chad. Recursos Teraêuticos em Fisioterapia. 2ª ed. Barueri, SP. Editora Manole, 2001.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CASOS CLÍNICOS – LASERTERAPIA BAIXA POTÊNCIA E ULTRASSOM TERAPÊUTICO

Obs. Os alunos deverão responder aos casos clínicos e agendar encontro com os monitores da disciplina para vivenciarem os recursos (8/10/09 à 20/10/09), bem como simularem os casos descritos a seguir.

Vanessa Pereira Teixeira (7º período) - monitor remunerado vanessap_275@hotmail.com

Sueli Ferreira da Fonseca (7º período) - monitor voluntário suelisueliff@yahoo.com.br

Mateus Ramos Amorim (7º período) - monitor voluntário mateus17@hotmail.com

- Terças:16:00 às 18:00hs

- Quintas: 10:00 às 12:00hs

- Sextas: 8:00 às 10:00hs

Rafael Menezes Reis (9º período) - monitor voluntário rafaelmenezesreis@gmail.com

- Segudas: 8:00 às 12:00hs

- Terças: 8:00 às 12:00hs

- Sextas: 8:00 às 12:00hs

Caso 1 – Laserterapia de baixa potência

HO é um arquiteto de 38 anos de idade, portador de artrite reumatóide (AR). Foi encaminhado para a fisioterapia por causa da rigidez e da dor, particularmente nas articulações das mãos. Em tratamentos anteriores, ele foi instruído a fazer exercícios de ADM, atualmente realizados 3 vezes por semana. O trabalho do paciente inclui atividade manual no uso do computador e desenho dos projetos. Ele julga estar realizando essas tarefas de forma mais lenta, percebendo dificuldade para realizar alguns trabalhos de precisão. Demonstra preocupação de que isso afete a sua atividade laboral.

A medicação de HO abrange ibuprofeno e metotrexato que proporcionam algum alívio à dor e rigidez das mãos.

Nos testes e medidas, o paciente aparenta estar saudável de forma geral, embora caminhe de forma bastante rígida. Ele relata dor nas mãos na intensidade 4/10 em repouso e 7/10n com o movimento, e que as mãos apresentam rigidez particularmente nas primeiras horas matinais. A ADM encontra-se reduzida nas articulações de ambas as mãos, com leve desvio ulnas nas articulações metacarpofalangeanas.

Goniometria passiva em várias articulações:

· Flexão interfalangeana do polegar: D = 80º E = 80º

· Extensão IF do polegar: D = -20º E = -20º

· Flexão da articulação proximal IF do dedo indicador: D = 90º E = 90º

· Extensão da articulação proximal IF do dedo indicador: D = -20º E = -25º

· Flexão da articulação PIF do dedo médio: D = 100º E = 90º

· Extensão da articulação PIF do dedo médio: D = -20º E = -30º

A força de preensão foi 4/5 bilateral, limitada pela dor e rigidez.

Perguntas:

1. Quais seriam os objetivos para a laserterapia?

2. Que outras intervenções (cinesioterapia) deveriam ser consideradas?

3. Quais os cuidados e precauções antes do uso devem ser verificados antes de aplicar da laserterapia de baixa potência nesse cliente?

4. Descreva a técnica, parâmetros ajustáveis, cuidados a serem tomados e posicionamento durante a aplicação da técnica.

Caso 2 – Ultrassom terapêutico

AC é uma mulher de 20 anos, estudante universitária. Ela sofreu ruptura completa de tendão calcâneo esquerdo 6 semanas atrás enquanto jogava voleibol, e o tendão reparado cirurgicamente 2 semanas depois. Ela foi encaminhada à fisioterapia com o objetivo de retornar à prática esportiva o mais rápido possível, livre de dor. Ela referiu discreto desconforto no local da incisão cirúrgica que aumenta quando anda. Sua perna ficou em uma tala gessada e AC andou sem descarga de peso sobre a perna esquerda, usando auxílio bilateral de muletas, durante 4 semanas no pós-operatório. A tala foi removida ontem, e ela foi instruída a andar realizando descarga parcial de peso de acordo com a tolerância, usando “bota” de salto. Ela foi instruída a evitar corridas e saltos por mais 6 semanas.

Nos testes e medidas, a paciente apresentou restrição de ADM passiva para dorsiflexão de -15º na perna esquerda comparados com +10º na direita. Há também leve edema, rigidez e vermelhidão na área da incisão cirúrgica e atrofia da panturrilha esquerda. Todas as demais medidas estão dentro dos limites de normalidade.

Perguntas:

1. O que o edema, a rigidez e o eritema indicam?

2. Como o ultrassom pode ajudar esta paciente?

3. Que contra-indicações deveriam ser verificadas antes de aplicar o ultrassom nesta cliente?

4. Descreva a técnica, parâmetros ajustáveis, cuidados a serem tomados e posicionamento durante a aplicação da técnica.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ONDAS CURTAS E MICROONDAS

Discentes: Betânia Maiara Silva Santos; Kátia Cristina Costa Silva; Karen Nubya Faria

Diatermia é uma modalidade de aquecimento profundo que converte ondas eletromagnéticas em calor. Onda é uma perturbação que ocorre em um meio podendo ter uma ou várias direções, possui natureza mecânica e elétrica.

A onda eletromagnética é uma onda tridimensional, possui período ou largura de pulso, freqüência e comprimento de onda. Quanto menor o comprimento de onda maior a freqüência. Os aparelhos de ondas curtas e microondas já são confeccionados com freqüência e comprimento de ondas definidos, e não se pode modular.

Ondas curtas

A diatermia por ondas curtas é a radiação não-ionizante da porção de freqüência de rádio do espectro eletromagnético. É usada por fisioterapeutas para enviar calor e energia para os tecidos situados profundamente. As ondas curtas e também o microondas tem preferência por tecidos ricos em íons. O efeito de aquecimento ocorre como resultado da fricção entre os íons que se movimentam e os tecidos ao redor, esses possuem uma corrente alternada com cargas contrárias. Os tecidos de maior condutividade são aqueles que possuem íons livres no caso músculos e sangue, portanto qualquer tecido bem vascularizado é um bom condutor, sendo o tecido adiposo o de menor condutividade causando isolamento.

Diatermia de ondas curtas pode ser liberada na forma contínua ou em pulsos. A contínua gera um aumento maior das temperaturas subcutâneas, sendo seu uso em geral limitado a patologias crônicas. A forma em pulsos significa que há períodos nos quais nenhuma onda curta é emitida, permitindo que seja empregada em determinados quadros agudos e subagudos.

Os efeitos fisiológicos podem ser térmicos causando; aumento de temperatura pelo aumento do fluxo sanguíneo, atua na inflamação, diminui a rigidez articular, alivia a dor e espasmo nos músculos profundos. Pode ser não-térmico, ou seja, mecânico, causando restauração do balanço iônico normal durante o processo inflamatório levando a uma resposta fisiológica que não é devida ao aumento de temperatura no tecido.

A escolha da dose para aplicação de ondas curtas tende a ser no sentido de uma dose mais baixa para condições mais agudas e uma dose mais alta para condições crônicas, sendo a sensação relada subjetiva. A dose 1 é a mais fraca e é relatada nenhuma alteração, a dose 2 é fraca e apresenta suave sensação de calor e a dose 3 é média apresentando moderada sensação de calor.

O aparelho de ondas curtas possui dois tipos de eletrodos. O eletrodo capacitor que possui campo elétrico maior que o campo magnético, não é interessante de ser usado em local com muito tecido adiposo, possuindo o tipo em placa e o tipo em discos. O eletrodo indutor possui campo magnético maior que o campo elétrico, a formação desse campo induz correntes secundárias que produzirá redemoinhos, ou seja, produzindo correntes circulares, sendo a melhor alternativa para áreas de muito tecido adiposo, podendo ser do tipo espiral ou tambor. O tipo tambor é mais utilizado, pois é colocado mais próximo da região a ser tratada, pois o espiral é de mais difícil posicionamento sobre a região tratada podendo produzir choque.

As técnicas de aplicação dos dois tipos de eletrodos pode ser contraplanar (transversa) com eletrodos em posições contrárias e eqüidistantes. Já a forma coplanar os eletrodos são dispostos do mesmo lado do membro, ou seja, paralelos e eqüidistantes.

Microondas

O microondas é uma modalidade de aquecimento profundo que converte energia eletromagnética de alta freqüência em calor, ou seja, radiações eletromagnéticas, não sendo tão profundo quanto o ondas curtas.

As microondas inicialmente radiadas podem ser absorvidas, transmitidas, refletidas ou refratadas. Sua penetração é inversamente proporcional ao seu comprimento de ondas.

O microondas é mais bem usado para tratar áreas com baixo conteúdo de gordura subcutânea. Pode ser utilizado de modo contínuo em que a onda é contínua ou em modo pulsado onde há momentos on e off, devendo apresentar uma freqüência de repetições de pulsos. O modo pulsado é utilizado para ter efeito mecânico e não térmico, devendo ter um balanço na freqüência de repetição de pulso e duração do mesmo.

A dose utilizada deve ser testada antes da aplicação, tendo que o paciente apresentar sensibilidade normal à dor e temperatura cutânea.

A utilização do microondas deve ter a distância de 5 a 15 cm variando entre indivíduos e deve ser o mais perpendicular possível com duração de aproximadamente 20 minutos.

Precauções das diatermias

ü A pele exposta ao tratamento deve sempre ser coberta por no mínimo três centímetros de toalha;

ü Examinar sensibilidade térmica e dolorosa do paciente;

ü Excluir contra-indicações;

ü Remover objetos metálicos;

ü Assegurar que a pele esteja seca;

ü Pedir ao paciente que relate qualquer sensação percebida durante o tratamento.

Indicações

ü Condições inflamatórias subagudas e crônicas de camadas de tecidos profundos;

ü Aumentar fluxo e metabolismo;

ü Diminuir rigidez muscular;

ü Promover relaxamento muscular;

ü Aumento da recuperação de lesões.

Contra-indicações

ü Lesões traumáticas agudas;

ü Áreas com isquemia;

ü Doença vascular periférica;

ü Roupas úmidas;

ü Tendência a hemorragia, inclusive menstruação;

ü Câncer;

ü Infecções;

ü Gravidez;

ü Áreas de sensibilidade especial: placas epifisárias em desenvolvimento, região genital, abdômen com dispositivo intra-uterino (DIU) implantado, olhos e rosto.

Segurança do terapeuta

As contra-indicações acima devem ser usadas também para o terapeuta, por isso deve ser sugerido manter uma distância do aparelho, mas com alcance visual do paciente.

Observações

Uso das diatermias não podem ser simultâneos ou próximos de outro equipamento elétrico ligado.

Nenhum metal deve estar dentro de 1,2 metros da aplicação da diatermia.

domingo, 27 de setembro de 2009

AGENTES ELETROMAGNÉTICOS: RADIAÇÃO INFRAVERMELHA E ULTRAVIOLETA

DISCENTES:TATIANE LÍLIAM ARAÚJO E VINÍCIUS DE OLIVEIRA OTTONE

O que são ondas eletromagnéticas?

São aquelas criadas a partir de cargas elétricas vibrantes, cujo movimento de vibração origina campos elétricos e magnéticos oscilantes. Essas ondas não necessitam de um meio material para se propagarem.

clip_image002

Fonte:http://electronicapt.do-forum.com/curso-de-electronica-por-jose-flor-ozflor-f7/curso-de-electronica-parte-15-oscilacoes-t18.htm

Comprimento de onda: Distância entre duas cristas ou dois vales ou uma crista e um vale.

Ciclo: Uma onda por segundo

Freqüência: Número de ciclos por segundo ou Hertz

Luz Branca: Composta por vários comprimentos de onda e freqüência. A "luz" constitui uma estreita faixa do espectro eletromagnético dividida em intervalos arbitrários e aproximado, pois não há limites nítidos entre as cores. A transição entre cores vizinhas se dá de maneira gradual, como se pode verificar em um arco-íris.

A freqüência da luz cresce do vermelho para o violeta nos seguintes intervalos de freqüência:

0,65 m a 0,74 m Vermelho

0,59 m a 0,65 m Laranja

0,54 m a 0,59 m Amarelo

0,49 m a 0,54 m Verde

0,42 m a 0,49 m Azul

0,36 m a 0,42 m Violeta

Um experimento do conhecimento de todos é que quando a luz branca incide em um prisma, há a decomposição desta nas cores do arco-íris.

clip_image004

Fonte: http://www.if.ufrj.br/teaching/luz/cor.html

Luz incide no local pode ser absorvida,refletida ou refratada.

clip_image006

Fonte: http://www.if.ufrj.br/teaching/luz/cor.html

Espectro; O espectro eletromagnético é o intervalo completo da radiação eletromagnética que vai da região das ondas de rádio até os raios gama.

As radiações com comprimento de onda superior a 0,74m são ditas infravermelhas. Por outro lado, àquelas cujo comprimento de onda é inferior a 0,36m chamam-se ultravioletas. Logo, o espectro eletromagnético é subdividido em três faixas: ultravioleta, visível e infravermelha.

Cada espectro vai ter um efeito fisiológico diferenciado:

Ø Efeito térmico: infravermelho, microondas e ondas curtas.

Ø Efeito fotoquímico: Ultravioleta.

Classificação quanto ao comprimento de onda (quanto maior o comprimento , maior a penetração):

Ondas curtas>microondas>infravermelho>ultravioleta

Potência: Força eletromotriz (Quanto maior a potencia maior o poder de penetração da onda).

RADIAÇÃO INFRAVERMELHA

Definição:

A radiação infravermelha é um agente térmico superficial usado para o alívio da dor e da rigidez, para aumentar a mobilidade articular e favorecer a regeneração de lesões de tecidos moles e problemas de pele.

Características Físicas:

As radiações infravermelhas (IV) se acham dentro daquela parte do espectro eletromagnético cujas ondas produzem aquecimento ao serem absorvidas pelo material (tecido biológico).

Possuem comprimento de onda que se acham entre as microondas e a luz visível.

Pode ser refletidas, absorvidas, transmitidas, sofrer refração e difração pela matéria, sendo a reflexão e a absorção os processos de maior significância biológica e clínica. Esses efeitos modulam a penetração da energia dentro dos tecidos e desse modo as alterações biológicas que ocorrem.

A absorção depende:

Ø Da estrutura e do tipo de tecido

Ø Vascularidade

Ø Pigmentação

Ø Comprimento de onda

A penetração depende:

Ø Intensidade da fonte de IV

Ø Do comprimento de onda

Ø Do ângulo com que a radiação atinge a superfície (Incidência de 90º). Quanto menor ângulo de incidência maior são as chances de reflexão.

Ø Do coeficiente de absorção do material

Observação: Os comprimentos de onda principais usados na prática clínica são aqueles entre 0,7 um e 1,5 um e estão, portanto concentrados na banda de IVA.

Produção de radiação infravermelha pelos corpos:

A temperatura do corpo afeta o comprimento de onda da radiação emitida, com a freqüência média da radiação emitida aumentando com o aumento da temperatura. Assim, quanto mais alta a temperatura do corpo mais alta a freqüência média de saída e, conseqüentemente, mais curto o comprimento de onda.

Tipos de fontes IV:

A) IV artificial: é normalmente produzido passando-se uma corrente elétrica através de um fio de resistência espiral. Exemplo: Os geradores luminosos, geradores não luminosos e lâmpadas.

B) IV natural: O sol.

Efeitos das radiações IV:

Ø Aquecimento: Quando incidimos radiação IV ocorre vasodilatação porque ocorre agitação das moléculas, produção de calor, aumento de temperatura local e metabolismo, ou seja, não tem a homeostasia térmica; ocorre um fluxo de sangue para o local com objetivo de dissipar esse calor. Algum aquecimento pode ocorrer mais profundamente devido à transferência de calor dos tecidos superficiais, tanto por condução direta como por convecção, em grande parte através do aumento da circulação local. O IV deve, portanto ser considerado uma modalidade de aquecimento superficial.

Ø Fisiológicos: Aquecimento local do tecido. As drenagens linfáticas e venosas aumentam, melhorando a absorção do edema.

Ø Analgesia: Receptores de temperatura conduzem informação ate o tálamo que ativa a via descendente fechando o portão da dor.

Aplicação clínica:

Ø Seleção do equipamento: lâmpada luminosa, radiante ou não-luminosa

Ø Aquecimento: Lâmpada não luminosa aproximadamente 15 min.; lâmpada luminosa, apenas alguns minutos.

Ø A pessoa: em posição confortável, com apoio, permitindo que esta permaneça parada durante o tratamento.

Ø Medidas de segurança: Os olhos do paciente devem ser cobertos.

Ø Lâmpada: Posicionada de modo que a radiação incida perpendicularmente sobre o tecido.

Ø Dosagem: É determinada pela resposta da pessoa.

Riscos:

Ø Pele

Ø Tecidos subdermais

Ø Testículos

Ø Sistema respiratório

Ø Pessoas susceptíveis

Ø Dano óptico

Medidas de segurança: A lâmpada deve ser verificada.

Contra-indicações:

Ø Áreas de sensibilidade térmica cutânea ruim ou deficiente.

Ø Pessoas com doença cardiovascular

Ø Áreas com circulação periférica local comprometida

Ø Tecido cicatricial ou desvitalizado por radioterapia profunda

Ø Tecido maligno na pele

Ø Pessoas com baixo índice de consciência

Ø Pessoas com enfermidade febril aguda

Ø Sobre os testículos

Ø Processo inflamatório local

TERAPIA ULTRAVIOLETA

Definição física

A radiação UV é definida como toda a radiação com comprimento de onda menor que 400nm (λ < 400nm, 1nm = 10-9m). Sua principal fonte é o sol (a porção UV é menos de 10% do total de sua energia).

Mesmo na porção ultravioleta do espectro os efeitos biológicos da radiação variam muito com o comprimento de onda e, por essa razão, o espectro ultravioleta é subdividido em três regiões:

1. UVA: 400-320 nm

2. UVB: 320-290 nm

3. UVC: 290-200 nm

Radiação UVA

Ø A atmosfera é bastante permeável à esta faixa de radiação. Assim, boa parte da radiação UVA que atinge a camada superior da atmosfera consegue atravessá-la com pouca atenuação.

Ø Muito pouco absorvida pela camada de ozônio. Penetra profundamente nas camadas da pele causando danos à saúde. 

Radiação UVB

Ø A camada de ozônio absorve boa parte da radiação UVB que chega a terra.

Ø Mesmo em pequenas quantidades pode ser substancialmente danosa à saúde. Não penetra tão profundamente na pele quanto à radiação UVA.

Radiação UVC

Ø É totalmente absorvida pela camada de ozônio.

Ø É altamente penetrante e danosa a saúde,  e teríamos sérios problemas se ela atingisse a superfície terrestre.

Ø A ilustração a seguir, permite observar a intensidade com que as radiações UVA, UVB e UVC atingem a superfície.

Ø Tem ação germicida e bactericida

Efeitos biológicos da radiação ultravioleta

clip_image007

Ø Eritrema

Ø Bronzeado

Efeito na pele

Ø Hiperplasia

Ø Produção de vitamina D

Ø Envelhecimento

Ø Câncer de pele

Efeitos nos olhos

Ø clip_image008Fotoqueratite e conjuntivite

Ø Catarata

Fototerapia

O tratamento de doenças da pele através da exposição à radiação UV é denominado fototerapia.

Doenças que são tratadas com fototerapia ultravioleta são:

Ø Psoríase

Ø Eczema

Ø Acne

Ø Vitiligo

Ø Pitiríase liquenóide crônica

Ø Erupção polimórfica pela luz (e outros distúrbios fotossensíveis)

Ø Prurido (particularmente relacionado a doença renal

Espectro de resposta terapêutica

A sensibilidade para desenvolver eritema ou "queimadura de sol" da pele varia grandemente com o comprimento de onda da radiação ultravioleta; a UVB é 100-1000 vezes mais potente na indução de eritema do que a UVA.

Tempo de tratamento

Os tempos de tratamento dependem não apenas do espectro de radiação, mas também de fatores como potência elétrica, número de lâmpadas, distância entre a lâmpada e a pele e diferenças na suscetibilidade do paciente à radiação UV.

Efeitos colaterais

O principal efeito colateral da fototerapia com UVB é o desenvolvimento de eritema ou, em casos mais graves, bolhas e subseqüente descamação da pele.

Segurança da equipe

A exposição à radiação ultravioleta pode produzir efeitos prejudiciais aos olhos e à pele,

Ø Aparelho de ultravioleta bem projetado;

Ø Uso de óculos ou protetores de face apropriados

Ø Roupas opacas apropriadas para UV;

Ø Acesso limitado à área para pessoas diretamente relacionadas ao trabalho;

Ø Conscientização da equipe sobre os riscos potenciais associados com a exposição às fontes de radiação ultravioleta.

Comentários:

Quando a radiação é incidida num ângulo de 45º, a chance de reflexão é maior, o que não garante uma boa absorção pelo tecido. Portanto, a absorção ótima necessita de um ângulo de incidência mais próximo possível dos 90º.

Cor da pele escura: a melanina absorve a radiação e transforma em calor. Bloqueia a passagem da radiação superficialmente fazendo com que a penetração seja menor. Isso é benéfico quando a exposição é muito prolongada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

KITCHEN, Sheila. Eletroterapia - Prática baseada em evidências.11 ed.Tamboré-Barueri-São

Paulo, 2003.cap.10,p.139-144.cap.13,191-207

http://www.dermatologia.net/novo/base/radiacaouv.shtml

http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/rad-uv-seelig.pdf

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Estudo de Casos Clínicos

Os estudos de casos que se seguem resumem os conceitos de diatermia e/ou radiação ultravioleta discutidos em sala de aula.

Estudo de caso 1. Capsulite Adesiva

AL é professora de 45 anos de idade. Ela foi diagnosticada com capsulite adesiva no ombro direito e foi encaminhada à fisioterapia. Ela relata rigidez no ombro, com sensação de aperto no final do movimento. Embora consiga realizar a maior parte de suas atividades instrumentais de vida diária, ela relata dificuldade para alcançar coisas altas o que interfere no alcance de objetos em prateleiras altas e tem dificuldade ao vestir roupas apertadas.

O exame objetivo revela restrição de ADM ativa e passiva no ombro direito e restrição passiva glenoumeral de articulação inferior e no deslizamento posterior. Todos os outros testes, incluindo limite de movimentação cervical e de cotovelo, força e sensação das extremidades superiores estavam dentro dos limites de normalidade.

ADM ombro:

Ativa

D

E

Flexão

120º

170º

Abdução

100º

170º

Mão atrás das costas

Direita 5 polegadas abaixo da esquerda

Passiva

Flexão

130º

175º

Abdução

110º

175º

Rotação interna

50º

80º

Rotação externa

10º

80º

Quais são os objetivos de tratamento para essa paciente?

Que tipo de diatermia seria a mais apropriada?

Como seria o melhor posicionamento da paciente durante o tratamento?

Quais as contra-indicações deveriam ser averiguadas antes da intervenção?

Quais parâmetros (dose, tempo de tratamento) e técnica utilizada para a terapia?

O que deveria ser feito além da diatermia?

Qual (is) parâmetro(s) o fisioterapeuta deveria utilizar para acompanhar a evolução do quadro?

Estudo de caso 2. Úlcera de pressão sacra

KU é um homem de 90 anos de idade. Apresenta úlcera de pressão próxima ao maléolo lateral do membro inferior esquerdo. Ele está acamado, minimamente responsivo e dependente para todos os movimentos no leito e atividades de alimentação. Ele consegue engolir, mas come muito pouco. O tratamento até agora consistiu em um acentuado desbridamento e curativo. Embora o tratamento tenha reduzido a secreção amarela, houve uma pequena mudança na área da ferida no último mês.

A úlcera de pressão tem 6 x 5 cm e 3 cm de profundidade na área mais profunda. Não há saída de exsudato. Aproximadamente 70% da ferida estão vermelhas e granuladas e 30% estão cobertos com secreção amarelada.

Quais são os objetivos de tratamento para esse paciente?

Das terapias discutidas até o presente momento, qual tipo de terapia poderia ser utilizada?

Com que freqüência a terapia deverá ser utilizada?

Quais os parâmetros para prescrever a dose da terapia? Qual o posicionamento e cuidados durante a terapia?

Quais contra-indicações deverão ser averiguadas?

Que outros aspectos do cuidado com a ferida são importantes para esse paciente?

Qual (is) parâmetro(s) o fisioterapeuta deveria utilizar para acompanhar a evolução do quadro?

sábado, 5 de setembro de 2009

CRIOTERAPIA

ALUNOS: Jonathan Lopes Moreira, Angélica Aparecida dos Santos Silva

5º Período – Segundo Semestre de 2009

“As lesões musculoesqueléticas devem ser tratadas inicialmente com proteção, restrição de atividades, aplicação de gelo, compressão e elevação (PRICE).”

“. . . recomenda-se que a Crioterapia seja aplicada imediatamenta após uma lesão, e durante toda fase inflamatória.”

DEFINIÇÃO

A Crioterapia se baseia no uso terapêutico do frio, com aplicações clínicas em reabilitação e outras áreas da medicina. Ela exerce seus efeitos terapêuticos influenciando os processos hemodinâmicos, neuromusculares e metabólicos.

Na reabilitação, aplica-se leve resfriamento para controle da inflamação, do edema, para reduzir espasticidade, para controlar sintomas de esclerose múltipla e facilitar movimentos.

EFEITOS FIOLÓGICOS DA CRIOTERAPIA

EFEITOS HEMODINÂMICOS:

-Ativação de receptores cutâneos, levando a contração dos músculos das paredes dos vasos sanguíneos. (Vasocontrição - Ação direta);

-Menor liberação de mediadores vasodilatadores, tais como histamina e prostaglandina, diminuindo a vasodilatação. (Vasocontrição - Ação indireta);

-Diminuição da circulação e aumento da viscosidade, como conseqüência ocorre o aumento da resistência vascular;

-Aumento posterior do fluxo sanguíneo.

EFEITOS METABÓLICOS:

-O resfriamento diminui a velocidade de todas as reações metabólicas, incluindo as informações e processos de cura;

-Redução de hipóxia secundária a lesão.

EFEITOS NEUROMUSCULARES:

-Quando se diminui a temperatura do nervo, a velocidade de condução nervosa decresce em proporção ao grau e á duração da variação da temperatura (Redução na atividade do neurônio motor gama para as fibras intrafusais e redução na freqüência de disparo e comprometimento na condução das fibras aferentes e OTG.);

-Bloqueio parcial ou total da transmissão de impulsos dolorosos para o córtex cerebral, causando o aumento do limiar da dor e diminuição do quadro álgico;

-Dependendo da duração e do tempo de medida, a crioterapia tem sido associada tanto ao aumento (Facilitação da excitabilidade das fibras motoras) como á queda da força muscular (redução do fluxo sanguíneo para os músculos, lenta condição nervosa motora, aumento na viscosidade muscular e rigidez das articulações ou tecidos moles);

-Redução temporária da espasticidade.

image

EFEITOS TERAPÊUTICOS DA CRIOTERAPIA

CONTROLE DE INFLAMAÇÕES:

-Utilizada no controle de inflamações agudas, acelerando a recuperação da lesão ou do trauma. Em pacientes portadores de condições inflamatórias crônicas tais como artrose e artrite reumatóide, sua utilização pode ser valiosa;

-A diminuição da temperatura do tecido reduz a velocidade das reações químicas ocorridas durante a resposta inflamatória aguda, e também reduz calor, vermelhidão, edema, dor e a perda de função associada a essa fase da recuperação do tecido;

CONTROLE DE EDEMAS:

-Redução da pressão do líquido intravascular, com a redução do fluxo sanguíneo para a área inflamada;

-Controle do aumento da permeabilidade capilar.

CONTROLE DA DOR:

-Controle da transmissão de dor com a atividade dos receptores térmicos cutâneos (redução da velocidade de condução de estímulos nociceptivos para centros cerebrais superiores);

-Ativação de Vias Descendentes que fecham o portão da dor.

INDICAÇÕES:

  • Durante a inflamação aguda ou subaguda;
  • Dor aguda;
  • Dor crônica;
  • Inchaço agudo;
  • Espasmo muscular;
  • Bursite;
  • Tenosinovite;
  • Tendinite;

· Contusão aguda.

CONTRA INDICAÇÕES:

  • Hipersensibilidade ao frio (Urticária causada pelo frio);
  • Sobre nervos periféricos em regeneração;
  • Sobre uma área que apresenta comprometimento circulatório ou doença vascular periférica;
  • Circulação prejudicada;
  • Anestesia da pele;
  • Infecção;
  • Feridas abertas ou problemas de pele.

PRECAUÇÕES:

· Sobre o ramo principal superficial de um nervo;

· Sobre uma lesão aberta;

· Hipertensão;

· Déficit de sensibilidade ou de estado mental;

· Pacientes de idades extremas (muito jovens ou muito idosos).

CRIOTERAPIA GERAL:

A crioterapia pode ser aplicada com a utilização de vários materiais, incluindo compressas frias ou bolsas de gelo, copos de gelo, unidades de compressão de frio controlado, sprays congelantes, toalhas congeladas, água gelada, turbilhão e banhos de contraste. Cada material tem sua velocidade e intensidade de resfriamento.

clip_image002 clip_image004clip_image006 clip_image008 clip_image010[4] clip_image012[4]